Pensamento

Ando tão cansada de pensar

De falar

De ver as coisas e colocar o dedo nas feridas

Não adianta nada

Nada de nada.

Ando tão cansada de andar.

Tão cansada de andar e não chegar a lugar algum...

Parece que esta tudo morto.

Morto não: moribundo.

Um mundo moribundo.

Uma meia bunda de mundo.

Dividido.

Uma banda ali.

Outra banda acolá.

Tem horas que nada faz sentido.

Nem sentimento há.

Ando tão cansada de espernear.

Pernas para o ar é o que não faço.

Ando.

Caminho.

Cruzo as pernas.

Lambo as penas.

Mas parar.

Não paro.

Ando.

E ando tanto...

Ando tão cansada de andar e não parar.

Cadê aquele quarto escuro.

Quarto do final do mundo

Do mundo sem banda e sem bunda.

Quero me esconder lá.

Ando tão cansada de dar a cara a tapa.

De um lado.

Do outro.

Ah... e se eu parar...

De nada vai adiantar.

Tudo vai continuar.

Então...

Porque não paro de andar?

Pato aqui... pato acolá?

Parto.

Parto de partida.

Parto de chorar.

Conversa sem pé nem cabeça...

Fica em pé não, Lúcia, senta.

Senta ai pra conversar,

Coloca as pernas para o ar...

Abra e fecha,

Refresca,

Lança a flecha,

Deixa a vida te levar.

Maria Lúcia Siqueira

21:26 h - Florianópolis 09 de maio de 2011.

Baronesa
Enviado por Baronesa em 09/05/2011
Reeditado em 10/01/2014
Código do texto: T2959831
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