Assombro

As luzes acesas
dão ar de festa ao sono,
da morta.

A mesa posta
ilude quem chega
ninguém chega... nunca.

O galho seco
arranha
a janela imunda,
alheio ao jardim
de folhas mofadas
e cascalho.

Sapateando, nas fendas
das goteiras do telhado,
o fantasma cansado
pensa em suicídio.