O CANTO DA SEREIA
E eu te direi, sem volta, conscientemente:
- que, a maré alta, leva as estrelas pro mar;
Tu responderás, com paciência, sorridente:
- são as estrelas, que conhecem o seu lugar.
Quando então desço do meu cavalo-marinho,
E ponho o peso do corpo, em minha cama lunar,
Com meus botões, fico pensando, baixinho,
É o mar das estrelas, ou as estrelas do mar?
Tu, quando deitas, em tua rede de teias,
Não tarda o tempo e estás a avaliar,
Alheia ao canto das outras sereias,
Se é no céu ou na água, que vês estrelas brilhar?
Prossegue a dúvida, prossegue o encanto,
Pois tendo a lenda, quem vai duvidar,
Ou será louco, ou morrerá de espanto,
Quando ouvir no canto a sereia afirmar,
Que foi fisgada, de amor, por um santo,
E foi com ele a cavalo, à lua passear.
E eu te direi, sem volta, conscientemente:
- que, a maré alta, leva as estrelas pro mar;
Tu responderás, com paciência, sorridente:
- são as estrelas, que conhecem o seu lugar.
Quando então desço do meu cavalo-marinho,
E ponho o peso do corpo, em minha cama lunar,
Com meus botões, fico pensando, baixinho,
É o mar das estrelas, ou as estrelas do mar?
Tu, quando deitas, em tua rede de teias,
Não tarda o tempo e estás a avaliar,
Alheia ao canto das outras sereias,
Se é no céu ou na água, que vês estrelas brilhar?
Prossegue a dúvida, prossegue o encanto,
Pois tendo a lenda, quem vai duvidar,
Ou será louco, ou morrerá de espanto,
Quando ouvir no canto a sereia afirmar,
Que foi fisgada, de amor, por um santo,
E foi com ele a cavalo, à lua passear.