Invasão ao branco

Neste branco me esparramo

Crio rama, reino só.

Corro solta, em nó me embramo...

Viro vento e viro pó.

Faço onda, em piparote

Dou um bote na alegria

Danço, canto, passo trote

Crio um mote e poesia.

Depois entro pra abadia

Viro monja, à pão-de-ló,

Na beleza deste dia,

Alimento o curió.

Faço reza de alegria

Depois saio de fininho

O meu rastro em calmaria

Tinge o branco do caminho.

Um raminho de alecrim

Enfeite a borda da toalha

Que nesta festa se coalha

De guloseimas sem fim

Tão gostoso frenesim

Trançar letras sem intento

Espalhar ao céu, ao vento

Ter você, junto de mim.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 29/04/2011
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