Invasão ao branco
Neste branco me esparramo
Crio rama, reino só.
Corro solta, em nó me embramo...
Viro vento e viro pó.
Faço onda, em piparote
Dou um bote na alegria
Danço, canto, passo trote
Crio um mote e poesia.
Depois entro pra abadia
Viro monja, à pão-de-ló,
Na beleza deste dia,
Alimento o curió.
Faço reza de alegria
Depois saio de fininho
O meu rastro em calmaria
Tinge o branco do caminho.
Um raminho de alecrim
Enfeite a borda da toalha
Que nesta festa se coalha
De guloseimas sem fim
Tão gostoso frenesim
Trançar letras sem intento
Espalhar ao céu, ao vento
Ter você, junto de mim.