NEGRAS NUVENS...

Desço as escadas do sótão, só, ligeira,sou pó!
Ouço ruidos de asas batendo, morcegos, vampiros
sanguinários, assombrando minhas madrugadas,
sugando meu sangue, inanimando este meu corpo...

Criaturas das trevas, seres notívagos, repugnantes
demônios frios, nojentos, meus fiéis companheiros
nas minhas noites insônes, sofridas, dores pulsantes,
pesadelos infames, eternos, realidade sem nome!

Neste meu mundo centenário, sufoco, solidão atróz,
busco neste imaginário, de mim, o melhor momento,
e, dilacerando meu corpo, rasgando, vampiros sedentos
qu'eu alimento,como se cada um, fosse o meu algóz!

Dou-lhes meu sangue impuro, meu fel, meu veneno,
meu sonho pequeno, minhas veias secas, inúteis,
meu futuro tenebroso, deste mundo escabroso, mortal!
A incerteza deste amanhã, de negras nuvens... Imoral!

ASSOMBRO DAS IDÉIAS

Mergulhada no assombro das idéias,
Fazes votos de conduta sem valores,
Já sabendo que tu és uma plebéia,
Nem te enfadas com as marcas dos horrores.
 
Tuas vísceras alimentam corpos estranhos,
Estes seres que te sugam sem piedade,
Tua honra não existe como patrimônio,
Mas figura como um fato mais lendário.
 
Aturdida com os eventos catastróficos,
Sonhas ainda com a pureza de um anjo,
Se dar conta num momento adiante,
Que tua alma está perdendo a sua fonte.

Ofertas-te sem pudor para os demônios ,
Cativando-os para ceia dos mortais,
Tuas veias correm sangue envenenado,
Se alimentando morrerão em sua paz.
 
Bom dia Nana Okida, seus versos são instigantes, tens composto poemas profundamente sábios, dentro deste espectro sinistro. Parabens pela sua genialidade poética. MJ.
Miguelito! Quanta honra te-lo em minha página, enobrecendo-a com teus versos!


Nana Okida
Enviado por Nana Okida em 27/04/2011
Reeditado em 28/04/2011
Código do texto: T2935372