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As flores murcharam na janela
E a espera ainda é tanta
Que a memória espanta
A sanidade que há
Não havendo mais...
E os cálices estão sujos de verbos
Tantos que não se faz oração
Sequer sentenças coesas
Ou mesmo verso de emoção...
Eles estão, não estando mais...
E quero falar das belezas
Das graciosas chagas incuráveis
Mas as flores murchas evocam
A lembrança de que murcharemos também...
Então, digo de tristezas muitas... impiedosas...
Porque o ventre se alimenta da mortalidade
E a semente que brota é condenação
E há lápides aguardando meus versos
E crisântemos gris a perfumar com lágrimas
A nova estrada que se abre para mim...
E nem joelhos fortes suportariam
Que a sentença já é publicada
Acendam as velas e chorem as carpideiras
O nada que sou se converterá em pó
E deste pó brotarão outros tantos nadas...
E este jarro que derramou tanta dúvida
Sobre a minha própria precariedade
Guardou ainda um coração aflito...
Por quê? Tanto pão e tanto mal...
Esta é uma resposta para outro mito...
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