A MORTE DO TEU AMOR
Se o teu amor que morria
intrigado, agonizante,
Sem zelo, sem autarquia,
Sem um fado adiante.
Não socorras, que morra!
Se deseja ele mesmo morrer;
Confinou-se na masmorra
Para nunca mais viver.
Se deseja se isolar dos mundos,
Das sendas dos amantes,
Dos beijos mais profundos
Nos corações palpitantes.
Verá adiante o tíbio clarão,
No fim do túnel a luz quimera!
Vai lhe escurecendo a visão,
O último suspiro que espera.
Não vou, não quero velar,
Não estarei a ver sepultura,
Nem os sete palmos cavar
Ou chorar sua desventura.
Se quer morrer o teu amor,
Que ele morra sozinho!
Se se entregou ao langor,
Escolheu seu acerbo caminho.
(YEHORAM)