ALMAS GÊMEAS DE MIM

Meu espírito nunca repousa de todas as aflições

Afligem-me as missões, o descanso nunca dura

Não importa a criatura que sou ou deixei de ser

Infeliz em não viver nem a paz, nem a loucura.

Poucas horas de sossego, passo na madrugada

Quando me vejo mudada, e então me desapego

Por um tempo não sou eu... ora, mas que cilada!

Será que só sou feliz, quando não estou comigo?

Se deixar-me não consigo e entender-me não posso

Deus, mas por que castigo, sou quem eu não suporto?

Será que existe uma porta que um dia hei de cruzar

E lá deixar-me morta e às pressas retornar?

E a que sobrevivi, saberei me adaptar?

Saberei então por fim, a mim mesma me entregar

Sem censura e sem boicote?

Ou pensarei dia e noite, apenas no que não vivi

Condenada por separar almas gêmeas de mim.

Luth
Enviado por Luth em 22/04/2011
Reeditado em 24/04/2011
Código do texto: T2923654
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