O sujeito oculto
 
Na metalinguagem eu me escancaro
Feito uma morsa do avesso.
Transpiro litros de sede
Destilando em suor e desejo
Toda poesia e desamparo...
Na metalinguagem revoluciono
Os desmantelamentos do meu sossego
Perco sombras, ganho peso, estabeleço contato!
Uso tinta e uso dedos, no ápice do clima,
Ilusionista obtuso, estocador do vácuo!
Troco as pernas, troco os dias,
Por delírio ou rebeldia
Desnudo o corpo eclético da rima...
Na metalinguagem eu me assumo:
Não sou o que pareço
Nunca fui, nem poderia ter sido,
Não assumindo que um outro
É uma parte de mim mesmo...

E, cá estou, sem bússola e sem rumo
Sempre tão próximo
De alguém que eu não conheço!
Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 14/04/2011
Reeditado em 14/04/2011
Código do texto: T2908731
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