FOME
Vivo chupando os ossos,
lambendo teu corpo
e não fosse você,
estaria já morto.
Vivo enfiado em ti,
em tuas entranhas;
insaciável apetite,
essa fome tamanha.
Te sugo, te chupo,
me lambuzo inteiro.
Te aperto, te amasso,
embriago-me no cheiro.
Mas, sou eu que afinal
sucumbe em gemidos,
depois, feito animal,
fico em ti escondido.