Olvidado
Sou o espaço vazio
Aonde a corda quebrou
Noticia furo do dia
Para alguém que não escutou
Sou uma farpa de revolta
Soltada de um avião
Levada pelas correntes
De um vórtice em formação
Sou uma peça roubada
De um museu lá no porão
De quem não entende nada
E levou por distração
Sou o grito estrangulado
A fonte que não jorrou
O sorriso atrasado
De quem não acompanhou
Sou farol frente à neblina
A unha que se quebrou
A devoção da menina
Ao seu platônico amor
Sou fiapo de esperança
Crença que não dissipou
Eu ainda sou criança
Num corpo que desusou