Viver por viver
A beleza é um tanto rara
Independente das vontades
Exceto quando há custos
Metáfora em que se ampara
Nos valores abstratos
Nas bondades e nobrezas
No universo dos atos
Nas coisas da natureza
A imensidão do espaço
E o interior do homem
Perecem no substrato
Da energia que consumem
O estigma da vida
Carregado de seus preços
Fustigando as feridas
São prazeres pelo avesso
Cobram ações que não se atina
Como prenda ou castigo
Na reação que culmina
Não se discerne o inimigo
Uma pasta obscura
Um caldo primordial
Os elementos figuram
Confunde-se o bem e o mal
Inocente relativo
Como, enfim lhes fazem crer
De impulso e improviso
Ele vive por viver
As fugas lhes são negadas
Por reencontros hostis
Pelo retorno do nada
A repetição dos perfis