Medo da Aurora
Um novo atordoante começo
Balburdia, desencontro.
Eu falo para alguém
Que não pode me ouvir.
Alma e corpo se fazem um só
Íntimos amantes, concorrentes eternos.
As maledicências desde aurora,
Ferem fatalmente esta alma.
Alma que vaga sem rumo;
Sem destino
Alma e corpo se fazem um só.
Espírito atormentado,
O corpo reclama,
Ação desesperada
Se afaste de tudo
Abandone-se de tudo
Vá dormir em outra cama.
Se a mente não pensa,
O corpo padece.
De que então, me vale
Horas de lógica?
Por isso, suplicante eu peço
Emburreça este cérebro.
Petrifique este coração;
Mas nunca, nunca;
Fira com, a mesma ira
Com que me feriu.