SELVAGENS AUTO-DEFESA
Navegar é preciso
Rumando pelas orlas do destino
Somos seus filhos indecisos
Em ilhargas clandestinos!
Todos os dias o menino batendo continência
Ao nosso sol de esplendor
Ciência e religião continuam em interferência
Peço deferimento somos gente, frio e calor...
Somos versos, reversos, inversos
Temos medo, somos animalizados, na selvageria da cidade
Somos canções também espelhadas no universo
Somos a dor, o amor, a saudade, as canções
Fazemos as pazes, odiamos, calamos, desprezamos a idade
Fazemos parte da vida, sorrimos diante da crueldade
O que fazer? Os monstros são nossas criações!
A hecatombe urbana nos obriga a nos defendermos
Mas nesta seara os abutres sobrevivem mais
Não é à toa que muitos desistem sem o entendermos!
O importante é sabermos que somos pós
Que tudo só depende de nós, confetes do acontecer
E independente de viver ou morrer estamos sós!
Numa orquestra estridente e silente após o canto do ser.