O Inferno e o último poema

S B e o último poema

Sim e não se confundem

na minha cabeça

num misto de desconsolo e desespero

num choro que não chora

numa risada que não ri

num vergalhão que existe a tanto tempo

e que nunca para de arder.

Será sina?

Será castigo?

Hora se pago os pecados cá neste mundo

o que vou eu fazer quando desencarnar

e minha alma for levada para o inferno?

Quais sofrimentos passarei?

Será que vou arder num fogo brando e cândido?

Será que esse fogo terá seu cheiro, seu sabor?

E ainda a fumaça expelirá das chamas em forma de bruxa?

Wicka, wicka, wicka, eu chamarei.

Que loucura, que delírio!

Wicka!!!

E quando o cramulhão vir

e perguntar pra mim como estou

será que poderei mentir ou não?

Será que é proibido mentir,

e então, eu terei de dizer

que esse é o castigo dos meus sonhos,

ficar eternamente do seu lado

sentindo seu cheiro, ardendo de amor,

vendo aqueles lábios carnudos, molhados,

que me levaram um dia em vida aos céus,

vendo aquele cabelo ondulado como as próprias ondas do mar,

vendo aquele corpo malhado, safado, moreno,

sedento de sexo e amor,

corpo onde eu me encontrei, onde eu me conheci,

onde eu me apaixonei.

Então, nesse nomento o coisa ruim nada entenderá.

e eu por minha vez pedirei mais...mais...

mais fogo, mais fumaça, mais!

Osmar Marques.

Liomac
Enviado por Liomac em 15/03/2011
Código do texto: T2850200