RUA NUA...

Os olhos observam absortos

da janela do espigão a rua,

solitária noite, rua nua.

Postes emanam a parca luz,

somente o vento sibila

timidamente.

As nuvens parecem proteger a Lua,

que durante a noite se fez oculta.

O banco da praça recebe das folhas

o beijo.

Ah! Tão esperado beijo!

Mas nenhuma delas fica para sempre.

A brisa ciumenta quer o banco só pra si.

Já se vão altas as horas e assisto a cidade

dormir.

Um sono hipnótico da noite crua...

Sono sem sonhos,

silencioso encanto da rua nua...

Paulo Moreno
Enviado por Paulo Moreno em 09/03/2011
Código do texto: T2836817
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