RUA NUA...
Os olhos observam absortos
da janela do espigão a rua,
solitária noite, rua nua.
Postes emanam a parca luz,
somente o vento sibila
timidamente.
As nuvens parecem proteger a Lua,
que durante a noite se fez oculta.
O banco da praça recebe das folhas
o beijo.
Ah! Tão esperado beijo!
Mas nenhuma delas fica para sempre.
A brisa ciumenta quer o banco só pra si.
Já se vão altas as horas e assisto a cidade
dormir.
Um sono hipnótico da noite crua...
Sono sem sonhos,
silencioso encanto da rua nua...