Identidade.

Meus olhos já não mais enxergam o que todos veem.

Minha boca já não consegue mais recitar convenções.

Minha alma parece não se encontrar mais aqui.

Tudo que vejo, na verdade, eu não vejo realmente.

Não sei onde foi parar aquilo que me anima.

Em estrada qualquer eu me perdi.

E agora não me acho.

Deus, eu não me acho.

Saudade se foi.

A dor parece querer ficar, mas já não tem mais força como antes.

Esperança partiu: partiu para não mais voltar.

Só ouço zumbidos, barulhos infernais.

Nada mais vejo além de rabiscos emaranhados no tempo.

Minha história se perdeu no tempo.

Minha vida padeceu por falta de sentido.

Meu corpo ainda está de pé, mas a alma...

Minha alma viaja por lugares desconhecidos e enlouquecidos, e eu?

Ora, eu já não sei mais onde estou e nem ao menos sei quem eu sou.