° 'conjugava-te ENTRE as pernas' °
Madrugada brincava com palavras derramadas sobre a cama.
Velava advérbios de tempo, adjuntos adnominais e sujeitos ocultos.
E assim, do lençol vertia o sangue que era de mim...
Era um pincel, era uma tinta, era o poema.
Rimas rotas pintando e lambendo tuas pintas diariamente.
E junto a cafés e gim, conjugava-te entre minhas pernas: DENTRO DE MIM!
Meu cheiro esparramando pelo céu da tua boca.
Tua pele delicadamente grafada com a ponta de meus seios rijos.
EU, tua bruta flor. TU, de todas, o sublime amor!
Na graça de fazer-me gostosuras, depositavas litros de escolhas.
Molhavamo-nos em pêlo, em meu mundo de gente pequena onde eras só meu.
Até que permiti ao dia chegar, na dor do medo de viver amor sem gosto.
Então abocanhada, a noite tornou paixão vazia, rimada, fria.
Motivada pela paixão d´antes, cá estou, no mesmo lugar:
- entre minha solidão, sozinha ou a dois.