RESTOS ABOCANHADOS...


Sou pó,

que sopras sem pena,

sem dó...

sou Madalena?

Lavo-te os pés,

depois do amor,

cospes em meu corpo,

desfaço-me... em nada,

poeira... dor...

Sem destino certo,

vadia, despudorada,

neste vazio...deserto,

atiras moedas ao chão...

Rastejante, insana,

olhos esbugalhados...

vejo as migalhas... o pão,

restos abocanhados...

Na paisagem cinzenta,

mãos sujas, grotescas,

dilaceram com avidez

toda veste nojenta,

dos trapos imundos,

à total nudez...

Invades meu corpo,

maculando meus sentidos,

grunhindo como porco,

jorras...  Infectos pruridos...


 "CAÍDA" 
                
Luiz Vila Flor 
 
Te observo assim, 
Tão débil, caída, 
Amorfia absoluta. 
Fragmento inservível 
Depositado desnudo, insano, 
Em uma qualquer sarjeta.

E já foste vida.
Viço perfeito, 
Majestade cabal
Em eterna festa.
Mas consumiste a ti mesma,
Tão Ignava e inservível. 

Olá Poetisa: Adoráveis estes versos (realidade sórdida de uma vida qualquer). Parabéns!! Deixo-te uma prosa poética que escrevi pelo final da década de sessenta.

Saudações poéticas.
Obrigada Luiz, teus eximios versos, enaltecem meu singelo poema. Beijos!



Nana Okida
Enviado por Nana Okida em 19/02/2011
Reeditado em 20/02/2011
Código do texto: T2802531