Noites... Negras noites



Silenciosa e solidária, a alma acompanha
Os rastros sangrentos de uma vida
Que se arrasta pelo caminho,
Levando o peso da dor, e das marcas que o tempo deixou...
Findam-se dias, iniciam-se noites sem luar...
Arrepios e tremores já lhe abraçam...
Aves noturnas e sombrias iniciam a algazarra
Com suas enormes e horripilantes asas,
Saúdam os seres larapiadores da luz de inocentes humanos...
São os amantes do ódio,
Que se reúnem para mais uma sessão de torturas,
Promovendo em sua plateia comprada pelo denariu,
Gargalhadas infindas pelo prazer do horror...
Por mais uma longa e escura noite,
Ouve-se gemidos pelos porões da alma...
Fria e dolorosa madrugada que parece não ter fim...
Enfim, mais um dia nasce...
A vítima agora, terá algumas horas de solidão que lhe apraz...
Só, e em soluços mudos... Olha a longa estrada...
Sente-se tonta, e ainda mais cambaleante, fraca...
Mas ainda encontra forças pra buscar dentro de si,
O alimento que está armazenado em seu coração... O Amor...
Se abastece com esse sentimento
Se revigora com a esperança que vem dali,
E continua sua procura pela ponte,
Que será a sua travessia para um outro mundo...
Um lugar, onde o Sol sempre acorda sorridente,
Os jardins estão permanentemente floridos,
E onde as asas que se vê, são de anjos,
A lhe proporcionar brisa e sombra pelo caminho...




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