Alucinada

Não queria amanhecer em mil pedaços;

Muito menos mastigar a ilusão

Consertar um coração amargurado

Pela força incessante da razão...

Não queria remendar toda rotina,

E pensar que o mundo é apenas ilusão

Em que o vento com poeira de morfina

Leve o barco para o fundo de um tufão!

Não queria costurar tantas palavras,

E mentir sobre o sorriso mentiroso

Refletindo o pavor de dias sórdidos,

Sob a sobra negresca do olhar tenebroso!

O silêncio que rodeia o sentimento,

E reflete um passado desvairado

Na volúpia reluzente deste corpo

Que traduz esse semblante alucinado...

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Gessé Cotrim
Enviado por Gessé Cotrim em 12/02/2011
Código do texto: T2788307
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