Alucinada
Não queria amanhecer em mil pedaços;
Muito menos mastigar a ilusão
Consertar um coração amargurado
Pela força incessante da razão...
Não queria remendar toda rotina,
E pensar que o mundo é apenas ilusão
Em que o vento com poeira de morfina
Leve o barco para o fundo de um tufão!
Não queria costurar tantas palavras,
E mentir sobre o sorriso mentiroso
Refletindo o pavor de dias sórdidos,
Sob a sobra negresca do olhar tenebroso!
O silêncio que rodeia o sentimento,
E reflete um passado desvairado
Na volúpia reluzente deste corpo
Que traduz esse semblante alucinado...
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