ALÉRGICO
Quando pego num livro poendo
Meus olhos incham e o nariz fere.
Uma alergia infernal,
Um livro poeirento, sujo, fedendo...
E nesta hipersensibilidade estulta
Incomodado meu nariz espirra,
Jorrando um catarral nojento.
Que fadiga horrível! Que alergia doida!
Com esta agonia lastimosa
Minha garganta inflama,
Meu rosto aclama,
Meu nariz empola e implora.
E numa tenebrosa alergia, alérgico.
Espalha pelo chão espirros cheios de repugnância,
De ódio, de males, de merdas...
Um suspiro de trevas, alérgico. Alergia a poeira.