Tempestade

Dia acinzentado

Olhar fixado e enamorado

Cadê o cerúleo do céu

E as borboletas que revoavam

Sobre as poças de lama nas estradas

O mundo emudeceu

A procela do espírito foi libertada

Entre o singelo amor que cresceu

Sobre o solo fértil das ingênuas paixões

O frenesi sensação de êxtase

Paulatinamente se dissipava

No vago espaço de entreolhares

E toques secos... Antes tão anelados

Um marinheiro na tormenta

A deriva sem voz... Inundou

Afogou-se nas próprias frustrações

E todos os seus sentimentos esvaíram-se

E surgiram torpes pensamentos egoístas e ufânicos

Que estrondaram em trovoadas

A terna paixão a deriva, outrora alimentada

Foi levada aos confins do submundo

Carga subvertida da nossa humana caminhada.