Diário dos camundongos
Camundongos passeiam nos vermes infames
Dos salames,
Esquecidos nas almofadas de algodão
Deitadas sobre memórias
Cheirando mofo
Fedendo uísque e solidão!
Camundongos arrastam seus rabos medonhos
Por entre estranho e anárquico engodo,
Juntando detritos, pruridos
E vão movimentando
Levando à boca, enquanto arregalam o olho...
Camundongos respiram seus bigodes infectados
Enquanto exploram usinas de lixos
Mantidas pelos prolixos e indícios
De babas gosmentas, batizando os restos das coisas
Com a respeitabilidade dos bichos,
Enquanto, humanos que somos, dormimos
No coito escandaloso dos instintos!
Camundongos deixam seus rastros
Pelas ruínas, esgotos, boeiros nojentos
E depois penetram feito fantasmas escuros
O submundo das nossas refeições
Imersas em todos as celulas dos desperdícios!
Camundongos são vertebrados do obscuro
Que aparecem nos armários do medo
E ficam lá
Roendo
Sem complacência, qualquer tecido maculado
Qualquer fenômeno doendo...
Roedores convictos,
Os camundongos espreitam
Com suas presas afoitas,
Esperam a hora do banquete
No instante da farra das sobras
Nos abjetos em que a gente se deite...
Em tempo: Camundongos humanos ou humanos camundongos?
Camundongos passeiam nos vermes infames
Dos salames,
Esquecidos nas almofadas de algodão
Deitadas sobre memórias
Cheirando mofo
Fedendo uísque e solidão!
Camundongos arrastam seus rabos medonhos
Por entre estranho e anárquico engodo,
Juntando detritos, pruridos
E vão movimentando
Levando à boca, enquanto arregalam o olho...
Camundongos respiram seus bigodes infectados
Enquanto exploram usinas de lixos
Mantidas pelos prolixos e indícios
De babas gosmentas, batizando os restos das coisas
Com a respeitabilidade dos bichos,
Enquanto, humanos que somos, dormimos
No coito escandaloso dos instintos!
Camundongos deixam seus rastros
Pelas ruínas, esgotos, boeiros nojentos
E depois penetram feito fantasmas escuros
O submundo das nossas refeições
Imersas em todos as celulas dos desperdícios!
Camundongos são vertebrados do obscuro
Que aparecem nos armários do medo
E ficam lá
Roendo
Sem complacência, qualquer tecido maculado
Qualquer fenômeno doendo...
Roedores convictos,
Os camundongos espreitam
Com suas presas afoitas,
Esperam a hora do banquete
No instante da farra das sobras
Nos abjetos em que a gente se deite...
Em tempo: Camundongos humanos ou humanos camundongos?