Impercepção do Inferno
Inocente estava, estático o "criado" mudo, na sala vazia de sentido.
Sua imaginação viajava em realidades ilusórias, belas e perfeitas,
testemunhas de êxtases cósmicos inexistentes,impossíveis, Nada.
Em uma distância imprecisa, o castelo caía, o sonho acabava,
o mundo acabava, e o sorrisso, evidenciava esperanças de arranjos
milagrosos de Tempo, Espaço e Ordem e Nada.
Esse Espaço de paredes, ar e metal, separava o sonho da ruína.
A distância produz insana ilusão de indulgência, auto-indulgência,
liberdade, liberação, fuga de valores falídos, e mais, e mais Nada.
O Tempo castigava, sincronizando olhares, preocupações, preces,
mentiras, frieza e barulho. Evidências são pistas da verdade, e
a verdade é sempre óbvia demais para fazer algum sentido, Nada.
A tal Ordem mantinha todas as marionetes em seus devidos lugares,
que como nas tele-novelas, mostram simultaneamente, todas as vertentes: Prazer, dor, amor e ódio, para o deleite dos espectadores celestes, Nada.
Não esquecendo do Nada. Esse que é o produto do vazio, o inverso do Todo, subtraindo-se Tudo, agravado pela impossibilidade de voltar a crer, talvez de economizar dor, e distribuí-la, aos poucos, dia-a-dia, em doses toleráveis, e não viciantes.
E Nada, mais Nada...
( Jacob. G )