Ataner, querida

E quem diria que eram tristes aqueles olhos?

O amor mais simples transbordava,

Enquanto infelizes aves transformavam-se

Em alimento.

Teu cabelo que às vezes pegava fogo

Era tua marca mais precisa

Você não tinha cheiro,

Nem horizontes, nem começos

Todos perguntavam das tuas mãos,

Tuas palavras e palavrões...

Mas aqueles olhos...

Quem diria que eram tristes?

Apenas olhavam o mundo caótico de todos os dias

E esboçavam um brilho qualquer como improviso,

Mesma coisa os lábios e o sorriso,

Tua voz arrastada dizia entre os dentes,

Quase chorando, quase gemendo,

Que o mundo só é mundo

Se alguém nele estiver vivendo.

Não sei por que ainda penso nisso...

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 20/01/2011
Código do texto: T2741013
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