A bruxa
Ouvia-se naquela noite um canto trepido
E escondido ali um anjo caído:
Talvez esteja vivo, disse o sábio;
Quem me dera morrer, disse o poeta;
Por aonde vai à voz que canta
E que me acalma e me encanta?
Disseram à bruxa para não acordá-lo!
Quem cantou hoje vem assombrá-lo
E amanhã não temerás nem a morte
Nem ao anjo que por mais que seja forte
Calará sua voz sem agonia
Levando o sábio como companhia
E deixando o poeta para lamentar-se de sua vida.
Bruxa, por que não o despertou?
Bruxa, por que a viver me condenou?