Sobrenatural - III

Lanço esta gema de ovo podre sobre a terra

Criando sobre ela o fedor do ensejo que não apela,

Entrelaço seus cardumes de fumos na garganta,

E sobre a brisa se retrai nesta velha prosa santa.

Dossiê da morte que anota seu legado,

Seus pés serão amarrados na ponte,

Seu pescoço decepado meio na relva,

Com os olhos fritos pelo calor

Sobreposto junto dela.

Saio desfilando com os destroços de seu corpo,

Já fedendo no escasso desastre assim revendo,

Desnudo fica lambendo seus bagos fritos,

Desenrolo seu corpo dos panos

Enterrando-o numa fonte de sangue sucumbido.

Sobre-natural da noite se esvai fortemente

Gemendo com a guerra que reporta os nervos,

Que deslocam no termômetro do cemitério

Das dores de morte incandescentes.

jesse ribeiro felix
Enviado por jesse ribeiro felix em 07/01/2011
Código do texto: T2715554
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