Sobrenatural - III
Lanço esta gema de ovo podre sobre a terra
Criando sobre ela o fedor do ensejo que não apela,
Entrelaço seus cardumes de fumos na garganta,
E sobre a brisa se retrai nesta velha prosa santa.
Dossiê da morte que anota seu legado,
Seus pés serão amarrados na ponte,
Seu pescoço decepado meio na relva,
Com os olhos fritos pelo calor
Sobreposto junto dela.
Saio desfilando com os destroços de seu corpo,
Já fedendo no escasso desastre assim revendo,
Desnudo fica lambendo seus bagos fritos,
Desenrolo seu corpo dos panos
Enterrando-o numa fonte de sangue sucumbido.
Sobre-natural da noite se esvai fortemente
Gemendo com a guerra que reporta os nervos,
Que deslocam no termômetro do cemitério
Das dores de morte incandescentes.