Sobrenatural - I
Juntando as pontas de um lençol velho
Seu descaso se abate no interior da alma,
Rasgando seus ossos sobre a mesa
E levando-os para os animais como sobremesa.
Em misturas de carne morta
Com moscas fedendo a morte,
Sorte não te tenha de viver
No fato deste deserto em recorte.
Máscaras da impiedade se alastram no solo
Guarda em seus túmulos o semblante da liturgia,
Que resvalam nas fortes estradas de nostalgias,
Quebrando as asas das aves e juntando-as
Com o seu aparente modo em segredo de viver.
Decorando suas casas
Ao extremo com cortinas de sangue,
Atirando seu coração aos porcos,
Que sugam seu sumo a cada instante,
Sucumbindo o estrume envenenado da morte.
Sobrenatural e desafiante cascalho velho,
Se as forças da natureza te requisitar
Quero reter este aquário de saturno,
Unificando suas trompas no espaço deserto
Deste regresso diurno.