MEDITAÇÃO ABREVIADA

A poeira come meus olhos de sombra

Pela tez inunda meu espírito

Cavalgo por entre muitos labirintos

E só agora sei que a lâmina da solidão

Fere igual todas as esperanças.

Sangro no escuro do quarto

O silêncio das borboletas

A inocência das violetas

Aas letras desmaidas

debruçadas sobre teus seios maçã.

O grito do relógio pela manhã

Sexualizando os pássaros

as ervas

Os passos

De minha víril estupidez.

Havia um tempo em minha vida

Transparente

Onde tudo era sonho, fogo

Doente.

Hoje o sol fere com sua boca elétrica

Todas as dádivas que ainda existem

Na solitária razão do meu único querer.

Eis-me aqui

soluçando um pouco de destino

Entre nuvens, pedras, até o próximo século

Olhando a formiga

Passear sobre meu corpo

Nuclear.

Deus!...

Edd Wilson

edd wilson
Enviado por edd wilson em 23/10/2006
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