MEDITAÇÃO ABREVIADA
A poeira come meus olhos de sombra
Pela tez inunda meu espírito
Cavalgo por entre muitos labirintos
E só agora sei que a lâmina da solidão
Fere igual todas as esperanças.
Sangro no escuro do quarto
O silêncio das borboletas
A inocência das violetas
Aas letras desmaidas
debruçadas sobre teus seios maçã.
O grito do relógio pela manhã
Sexualizando os pássaros
as ervas
Os passos
De minha víril estupidez.
Havia um tempo em minha vida
Transparente
Onde tudo era sonho, fogo
Doente.
Hoje o sol fere com sua boca elétrica
Todas as dádivas que ainda existem
Na solitária razão do meu único querer.
Eis-me aqui
soluçando um pouco de destino
Entre nuvens, pedras, até o próximo século
Olhando a formiga
Passear sobre meu corpo
Nuclear.
Deus!...
Edd Wilson