CRONOFOBIA
A, me descobri, deste modo insano
Sou poeta da vida e morte
Sou contemporâneo do Criador
E sou demasiado para ser chamado filho de Lúcifer
Sou o que sou em varias fases, assim como a lua.
Ouço hoje a desconformidade do homem
E amanhã continuarei a ouvir o mesmo
A desgraça combatendo diariamente
Engolindo a fatuidade genuína do ser
Que bela vida se descobre aos trinta anos.
Escrevo estas linhas para não ficar esquecido no tempo
Fitando d’uma forma complexa a vida horrenda
A qual o crepúsculo já não faz sentido
Castelo de cartas, dama, reis, valete, papéis
Não são versos, além de boatos, sem beleza.
Não sei mais, se corro se fico se morro
Vou me embebedar, drogar-me, dopar-me
E serei o obscuro dentro do absoluto
E o poetar demandara medo, e o vinho esgotará
Pois em mim, não encontrarás mais amor.