CONTRACANTO
 
 


     É em vão que tua imagem chega ao meu encontro
     E não me entra onde estou, que mostra-a  apenas
           Voltando-te para mim só poderias achar
      Na parede do meu olhar, tua sombra sonhada.
 
        Eu sou esse infeliz comparável aos espelhos
        Que podem refletir, mas que não podem ver
   Como eles, meu olho é vazio e como eles habitado
          Pela ausência de ti, que faz tua cegueira.
 


O olhar reflete  a Imagem e não o que há de Real no ou
tro...
Em mim, há uma ausência de ti. Em ti, há uma  ausên
cia de mim, até que se quebre o Espelho... 
Até que a nossa cegueira, aprisionada na Imagem, caia
por terra...
O essencial, não é capturado pela ótica da Imagem...
Pois, encoberto está, para o sensorial olhar...

Para  que  em  dado  instante, O  Real  se  mostre ,  há
que se quebrar a Imagem, o Espelho... 

Constitui, a difícil travessia, a que somos convocados  em dado momento,  para assim,  renascermos  como  a  Fênix!
                                                         
                                Maria
Alice Pinto
                             02/01/2011
                                         
              
escribalice
Enviado por escribalice em 03/01/2011
Reeditado em 04/01/2011
Código do texto: T2705702
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