UNIVERSO DAS SOMBRAS
Assentado sobre um satélite,
assiste o giro incontrolável,
pergunta onde pode chegar,
quem és e quem são eles,
bela forma te intriga,
cor de água, cor escura,
imensidão sem sentido,
intriga pensamento mais fértil,
embriagado por tamanha grandeza,
duvida até de si mesmo,
formosa sombra do descanso,
faz matérias alcançarem,
além do previsto limite,
encontram-se num marcado espaço,
sem tamanho calculado,
explicações desordenadas,
aumenta tamanho da criação,
sombras vagas perambulam,
por hemisférios desiguais,
não se vê mais as faces,
tudo escuro nesta galáxia,
poeira de hidrogênio,
descobriram segredo em massa.
Seres não conhecidos,
nunca satisfeitos por aí,
ora vem, ora vão,
querem voar onde não podem,
pelo tempo se perdem,
reordenam-se conforme o sol,
seres em descoberta,
desiludidos viajantes da terra,
procura-se por oxigênio,
por uma nova tentativa,
feito sombra que não se vai,
roda sobre próprio eixo,
tem dias já marcados,
vagueiam sem saber porquê.
Estupefato ser minúsculo,
cidadão do escuro infinito,
do universo nunca visto,
Deus te chama por aí,
Ele está logo ali,
tem um filho humano,
uma criação desenfreada,
buraco negro atraente,
engole mentes que procuram,
respostas além do além,
lá de cima tudo é maior,
aqui embaixo diminuem-se,
deslocam-se sem rumos,
em busca de novo corpo,
de novo prazer universal,
dimensão não bem entendida,
faz seres esquecerem,
de quem parece consigo.
Ó universo paralelo!
faz de conta que somos,
do mesmo sangue, mesmo chão,
Piedade nos salve!
Nos doe mais alma,
Revelado seja novos mundos,
sem medos e desconfianças,
habitantes voltem a se amar,
vivam sim de forma igual,
na luz ou na sua falta,
se salvem quando precisar,
aqui é como lá em cima,
expandem-se sem pressa,
voltam ao inicio sem perceberem,
estão lá na frente já,
seu mundo sempre é seu,
universo aumenta e diminui,
continuam pelas sombras,
vagam sem serem vistos.