CANTIGA DA AMIGA (TÃO) DISTANTE.
Foras um corpo,
Que imaginava
Nas noites longas
De altas leituras
E minha insônia
Iluminavas!
Eras um louco poema
Cujos versos e sintonia
Cresciam dentro da noite.
Entre mistérios e fantasias
E em minh'alma
Sanha e êxtase te aproximava.
Foste mais que um corpo
Longilíneo...
Porto-seguro, perfeito!
Que em águas revoltas,
Vagas e ventos,
Acolhia-me...amiga!
Enquanto minha poesia
Ternamente te falava.
És, no entanto, agora,
Distante...
Amiga, terna, e só!
Cujas ânsias em mim
Distoam, em noites vazias.
Mas, em minh'alma...
Toda ilusão e querer
Faz-te, mesmo distante,
Razão de toda poesia.