A flor do medo

Sobressaltei de madrugada

Olho assustado pros lados

Aquele olhar de justa causa

Faz-me tremer de medo...

A razão chegava sem-hora

Marcando em juízo as provas

O leito agora minha alcova

Todas as sombras aflitas

Ecos escapam pelas frestas

Correm em direção certa

Buscam perdão comunhão

Os olhos arregalados espreitam

No parapeito gato preto

Seus gemidos sinfonia fúnebre

Meu coração triste regência

O vazio é tão grande

Vejo todos os sonhos caírem

O tempo túnel escuro

Pensamentos em purgatório

Clamam perdão em agonia

Vampiros malditos sugam o lirismo

Resta apenas a realidade

Na ventania gélida se foi à utopia

O inferno abrigo pungente.

Jamaveira®