Em ruas nuas
Em ruas nuas
Arcabouço mental, uma joalheria
Diagramada, ornada e mal cuidada
Com prata, ouro, cristais, pedrada
Na vidraça, no anel, na correria
Um mendigo que pede esmola
Um carro que passa correndo
Sangue de menino
Sangue de virgem
Sangue de viagem
Sangue de pilhagem
Prostitutas e protitutos
Maldita viadagem
Maldita consumação
Corpos comidos e restos
Vidas que andam sem gestos
Maldita ambição
Maldita seja a aflição
Ruas confusas e um crime
Uma realidade sem roupagem
Teu mundo que me redime
Me cria mais visceral que dantes
Em figuras proscritas de catedrais
De malditos engomados, viscerais
Comensais, preciso mais adjetivos
Mais deploráveis em idioma natal
Sim, insultos para os que vivem de indultos
Salvos de um mundo que criam
Pasquins mesquinhos, manipulados
Ainda vejo a joalheria de vidraça quebrada
Minha mente que jaz rachada
Uma bota na cabeça, um cano na boca
Nunca quis a voz fraca que falei
Uma vida! Uma vida? Sim tua vida
Mas onde, me perdi, não achei
Nem uma franca mentira despida.
Lord Brainron