De olhos fechados
De olhos fechados
Ainda que eu falasse todas as línguas, preferiria a sua, se tivesse o dom de profetizar te enfureceria de mim, mesmo que os homens e anjos não dissessem amém.
Ainda que beijasse todas as bocas, pararia na sua e me deliciaria nas salivas do teu medo e me perfuraria com teus olhos ou se subisse num podium te elevaria comigo.
Ainda que as horas fossem impróprias pra falar de amor, te daria todo o meu e faria das paredes teu caminho silencioso num mar de loucuras ou que os segundos não partilhassem delas inventaria os seus milésimos e te daria todo o tempo.
Ainda que o suor que desce no meu rosto se misturando com as lagrimas fossem ilusórios, precisaria de ambos para limpar minha visão e poder enxergar-te no meu sono que se embala noites afora de fora pra dentro peito.
Ainda que as tardes de sextas-feiras se movessem para os lados dos cantos, te envolveria nos quatro e embalaria como preciosidades em cofres de alta ferocidade.