Relatos?
Relatos?
Às vezes quero implodir, às vezes colocar vendas na minha boca e mordaças nos meus olhos. Às vezes eu quero sorrir pelos poros e suar por entre os dentes, entoar uma canção nos meus dedos, soar alguns acordes em minha voz...
Às vezes conter as palavras numa melodia, é como se quisesse deter, fazer-me entender os dias, fazer florescer o orvalho, encantar o nada, desencontrar-se com o tudo, sentir um fardo na unha, roncar afinado em noites de insônia...
O perigo na esquina, já não importa se sobrevivem, os desencontros casuais não repercutem, os olhos se ofuscam no meio das luminosidades.
Sei o transtorno causado pela porta do meu eu, sei o som que assobiei nas tardes dos dias, sei o encanto que causaram os delírios, sei os desalinhos fartados e enfartados na máquina, os sons transmitidos pelos ventos que me rodeavam, os hinos loucos a serem executados e as salivas ardentes engolidas, rasgando peito de sonhos...
Ah! Q dia é hoje, que manhã de tarde noturna é essa, que horas são essas depositadas nos milésimos de passos, que ao sentar-me, viajo por entre linhas e imagens, vivendo o amanhã que vivi ontem?
É mesmo uma historia, mesmo sendo oculta, é mesmo um sinal sem sombra, sem som, mas é uma historia, uma realização interrompida...Sou eu...eu...