Sopro de vida

Sopro de vida rara,

Vento forte que me assola;

Tu és o que eu tenho,

Coisa que não é minha...

Irás embora a qualquer hora

Me deixarás ao relento,

Quando virar o meu vento

Bem lá na curva da vinha;

Na curva do ponto torto,

Na alegria triste do horto

Onde sangra à revelia.

Palavras azuis que eu escuto

Quando te tardas no escuro

E eu, em cima do muro,

Sem horizonte, sem nada;

Mas outras têm cores quentes

Quando te brotas contente

No romper da madrugada.

Quando uivas nos fios gelados

Sinto-te dentro do peito

Meu canto brota calado.

Quero-te, amor de poeta,

De eternidade passageira;

Beija! morena trigueira...

Onde o cupido me acerta.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 06/12/2010
Reeditado em 06/03/2012
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