Os corvos

Soltam-se os

ansiosos corvos

da minha

imaginação, voando,

rondando-me e

torturando-me

incansavelmente.

São a minha voz,

meu lado feio, o

qual tento esconder

e manter na escuridão.

Pousam nas janelas

da minha alma,

crocitando loucamente,

vigiando meus passos.

Guiada por eles, eu

não sou mais livre,

não sou mais eu,

torno-me sua pobre

marionete, a voz

de seus mistérios

sombrios e torpes.

Meu sorriso se

torna tétrico, o

meu coração,

gelado.

Os mais negros

sentimentos

se apoderam de

minha alma,

transformando-me.

Transformada, eu

renasço, feita de

cinzas, ódio e

insanidade demente.

tornei-me um ser das trevas.