Sem saber
Não sei como estão indo as estruturas
Das pontes da minha cidade
Das entidades, das conjunturas
Das pessoas que me procuram todo dia
Não sei se isso me interessaria
Se a minha própria suportaria
Sei das pontinhas das pontas dos icebergs
Da monta das contas que me perseguem
Da estiagem por que passam meus canteiros
De cada minuto por meses inteiros
Sei e não sei sobre as coisas
Por ser carente das profundidades e das literalidades necessárias
O tempo vai passando assim, à revelia de mim
Da necessidade ou não do meu saber
Sem precisar dos meus remédios
Impassível em suas ações
Indiferente ao meu querer
Incólume aos meus assédios