O MEU VAZIO

O vazio é o nada do nada,

o vazio não tem dimensão

é uma alma abandonada

esquecida na vastidão.

Sou a face do vazio

sou o seu bafo de brumas

o remédio que veio tardio,

todas as vis lagunas.

O balançar das cortinas,

na noite, o zumbido da calada,

os latidos dos cães nas matinas,

a paixão mais rejeitada.

É o vazio, o grasnido do corvo,

o vômito do bêbado na sarjeta,

aqueles tragos fortes que sorvo,

o pó das asas da borboleta.

O amargo fel da tristeza,

o frio que arrepia a solidão

a voz clamando, decepção!

impotência que causa a pobreza.

Tudo isso é o acerbo vazio,

quando pinga gotas de suor

no calor do corpo vadio

e que deixa no ar o seu odor.

O vazio da alma se apodera,

e irrompe todas as fronteiras

acinzenta a incinerada primavera

com o fogo de todas as fogueiras.

O vazio é gótico e caótico,

a terra era sem forma e vazia

como o meu coração hipnótico,

tonto, sofrendo de paralisia.

Pensando no teu vazio

que me lançastes no abismo

na falta de poderio,

nas mãos do ceticismo.

Exausto se apodera a fadiga

da minh´alma me entrego

a dúvida a minha maior inimiga

com ela vazio me esfrego.

O vazio que me causa pavor,

me deixa oco num terrível langor

na atmosfera que se apodera

na seca e cinzenta primavera.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 01/12/2010
Reeditado em 01/12/2010
Código do texto: T2648356
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.