SARJETA

A cortina do passado se fechara

A vida tinha que prosseguir

Eu era obrigada a segui-la

Embora o meu desejo fosse ficar

Presa a tudo que amava...

Eu teria que deixar tudo

Para seguir em frente, sem perguntar

Que caminho seguir.

Qualquer caminho seria caminho...

Em tabernas, bares e cabarés

Não vivi, mas passei por todos eles,

Apática, sem vida, vazia...

O amor? Ah! Ah! Ah! Ah!

O amor era um pontinho pequenininho

Perdido lá atrás, distante

Num passado longínquo

Que, às vezes, penso não ter vivido...

E quando esse pontinho distante

Insiste em querer crescer, eu me embriago.

A bebida me leva a inconsciência total.

Bêbada, eu não tenho passado

E, já que sou desprovida de presente

Não preciso pensar no futuro...

Hoje, depois de passar nos exames da vida

De bar em bar, de cabaré em cabaré,

Fui aprovada e ganhei o prêmio máximo – a sarjeta.

A morte está tão distante...

Mas não tem importância,

Sentada nas esquinas da vida, bêbada,

Não será difícil esperá-la.

Não estou sofrendo, a bebida,

É minha amiga! Não me deixará sofrer

Porque me impede de pensar.

Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!

Marsoalex
Enviado por Marsoalex em 30/11/2010
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