Uma Lágrima
As vezes choro,
mas você nunca saberá
nem sentirá essas lágrimas.
As vezes eu grito,
mas você nunca ouvirá.
Olhos para os lados,
para a parede,
olho fixo para o teto,
os objetos em volta não tem forma.
Uma lágrima cai,
sinto-a no meu lábio,
está com gosto de sangue.
Esmurro a minha mão na parede,
não sinto dor.
Pego um objeto qualquer,
atiro na porta
e só de pois de ver os estilhaços,
percebo que era um objeto de vidro.
Tenho vontade de pegá-lo,
apreciá-lo e guardá-lo,
para poder me vingar de tudo e de todos
que zombaram de nós e trouxeram sofrimento.
Uma lágrima,
outra lágrima,
várias perguntas,
poucas respostas,
é difícil sair daqui.