O sem alma

Verto poemas à milanesa
Da tristezura do contente
Vozes em lâmina cortam na mesa
A alma cozida al dente

No inferninho da rua escura
A sensação se extrai pura
O pó que sobra é secura
O pobre que resta é sem cura.

Cem ruas ele corre
Sem alma não morre
Pois a morte já veio antes.
Viu nele o avatar de dante
Que perdeu como alma a preciosa.