Poema Suicida (sobre Palavras de Brahms)

“Na capa (da partitura) deverá ser colocada a imagem de uma cabeça com uma pistola apontada para ela. Creio que isso dará uma ideia dessa música. Tratarei de enviar uma foto minha”. (Comentário de Johannes Brahms sobre seu Quarteto para piano e cordas nº3, Op.60)

ah quem me dera

poder isso dizer de uma arte de mim vinda...

ser o alto da expressão máxima

do último adejo de asa

que faltou para o derradeiro degrau

um olho que sempre esteve ali chamando

e que a um passo da visão extrema

perdeu no voo uma pena

e não deu sinal...

o ciclone que arrastava do vulcão ao abismo

a catedral que o sol sangrava

despencada por um sismo

e a tênue teia entre o amor e o fatal...

o que se ergueu e que depois se foi expulso

o sonho o nunca o nada o pulso

e coisa e tal...

apesar do sem-fim do sentimento

que me alarma

eu não passo de um sublime fracasso

que me alarma...

meu amado amigo Brahms:

empresta-me a tua Arte

ou a tua Arma...

www.artedofim.blogspot.com

Alessandro Reiffer
Enviado por Alessandro Reiffer em 29/10/2010
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