Eu assim

A flor de luz se apagou

Instantes que voltam a ser

Aquilo que podem sonhar

As flores da mesa murcharam-se

As dores do todo deixaram assim

Amores que um dia virão

Com cores de beira de estrada

Rumores encardidos aqui e ali

Nos céus de sua boca

Nos véus de umas virgens

O começo são os botões

Espinhos, não sei não

Nas curvas que eu vejo

Tudo que não é meu

Debaixo dos tecidos

Feitiços e maldades

E as flores não dadas

E as dores sentidas

E as cores desbotadas

E os amores esquecidos

Nasce na fertilidade do vazio

No estreito de uma esperança

Que vida vive ali limitada

Mas morre quando nasce

E cai quando cresce

E some tudo ao redor

E ninguém mais vê

E rodopia no ar

Com músicas e hinos ao fundo

Você agora sempre escolhe

Eu não finjo que sei

E tu, tu me prefere assim

Domagrão
Enviado por Domagrão em 26/10/2010
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