Grãos...
Grãos...
Ser uma pedra preciosa no meio de raridades brilhantes, um corpo dotado de peças de um quebra-cabeça, um jardim no meio de um deserto de grãos de luz, a carícia numa partícula falante, o sereno seco molhando a vida do ser que é um ser.
Ser o abandono de frases cuidadosamente pensadas, o segredo demasiado, a fala trêmula conflitando toques desentoados, o animal feroz rosnando palavras malucas e sensatas.
Ser o gume que corta o desejo duplo do orgasmo, o fértil solo de onde nascem as palavras tímidas viajantes, a certeza do querer e o medo do fazer querer fazer.
Ser um sentimento platônico...
O ser é apenas o grão de amor que por entre nuvens esfumaçadas, brasas congeladas, goles de embriaguez, ironias infundadas, lança ao vento olhares e suspiros indagados.