Mergulho nas trevas

Eu mergulho nas trevas

insanas do meu inconsciente,

danço com os monstros

que dormem em minha

pobre mente.

Eles retratam meus medos,

loucuras, anseios e obscuros

desejos, cantando com suas

vozes chorosas, exibindo-me

as faces descarnadas.

Agarram-me com os longos

e ansiosos dedos, querendo

que eu a eles me una, tornando-me

um vulto informe e sem rosto.

Escapo de suas garras, embora

saiba que nunca desistirão

de me chamar para a eles me unir.

Um dia, eu os libertarei,

expondo, na sua inteireza,

os mais escuros recantos

da minha alma infeliz.