SHLOMO DE CHELM

Shlomo! Grande figura!

Cômica, tosco e culto,

de onde me saiu tal criatura?

Sua sabedoria é um insulto.

De Chelm, cidade dos tolos,

de algum lugar da Polônia,

eles são Shlomo de rolos,

deixam qualquer um com insônia.

Shlomo!? Nada a ver com Salomão,

o rei, filho de David, autor de Porvérbios,

este segundo era sábio de coração,

o primeiro confunde até os advérbios.

Ele se acha, pensa que é cantor,

sua voz de taquara, como menino,

nem chegaria perto do pior tenor

ai meus ouvidos! Triste destino!

Shlomo me faz muito rir,

me causa tanta perplexidade

quando fala parece que vai engolir,

quando abraça, quanta atrocidade!

Espalhafatoso, indiscreto,

fala aos quatro ventos;

sempre quer parecer esperto

deixa todos muito atentos.

Shlomo de Chelm, o burro,

Shlomo de Belo Horizonte,

seu pensamento é um sussurro

grande e godo feito um rinoceronte.

Sai para lá, shlomo, meu amigo!

Me esquece, eu quero ser eu,

sua forma de pensar é um perigo

não tem nisso nada de judeu.

Tu não é meu inimigo

nem eu te odeio

mas não te suporto comigo

eu te tirei num sorteio.

Shlomo, quer dizer, Salomão,

teu nome hebraico é identidade

tenho que te aguentar como irmão,

deixa o meu nome fluir verdade.

Shlomo, tu fizestes a Haftará,

claro que tentastes a melodia

não adianta querer me imitar,

nem de noite, nem de dia.

Este é o Shlomo, minha pedra,

aquela do caminho,

que me impele olhar para a regra,

mas não estou nessa sozinho.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 22/10/2010
Reeditado em 24/10/2010
Código do texto: T2571834
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